LEMBRANÇAS
JAMAIS ESQUECIDAS
Autor: Célio Ferreira de Oliveira Filho.
Texto escrito com base no depoimento do Sr. Célio Ferreira de Oliveira, de 45 anos.
Não foi difícil achar agradável à conversa do meu pai
Célio Ferreira. Sincero, amoroso, espontâneo, foi falando de sua vida sem
rodeios, relembrando um pouco de seu passado com saudades. Depois de algumas perguntas, precisei apenas ouvir suas
antigas memórias.
À medida que ele contava, eu ficava imaginando seu
passado me transportando para dentro de sua vida anterior.
“ O começo de tudo foi em Jacumã, onde nasci. Recordo
muita coisa, pois além de meus pais me contarem, ainda lembro das coisas que eu
vivi.
A comunidade Jacumã se formou por meio de quatro famílias
que são a de João Marinheiro, seu Coelhinho, Zé Miguel e a de João de Mãezinha, que se juntaram para formar a
comunidade.
As casas de Jacumã não eram essas mansões que são hoje.
Sabe como eram? Eram feitas de barro. O telhado e a porta eram de palha. A
porta não tinha fechadura; ela era fechada com um pedaço de madeira. Mas, me
lembro que ainda haviam algumas casas da
alvenaria que eram a dos administradores Almir Corrêa, que administrava o Centro
de Jacumã; a de doutor Nelson, que administrava da Praia do Amor até Barra de
Gramame; já Laércio cuidava da Praia de Tabatinga até Praia Bela. As casas dos
moradores de Jacumã ficavam situadas na beira mar.
Uma das coisas que eu mais gostava de fazer com meus
amigos era brincar. As nossas brincadeiras e brinquedos não eram como são hoje.
Brincávamos de manja, jogar bola e garrafão. Também era divertido tomar banho
de rio e procurar coco para ajudar na alimentação, além de pescar com o meu
pai.
Hoje, nós vemos a modernidade de eletrônicos e
eletroeletrônicos. Em quase todas as casas podemos ver que tem geladeira, som,
televisão de 29 polegadas, energia elétrica
e muito mais.
Na minha infância não tinha TV, a luz era de candeeiro e
o banho era de cacimba. Geladeira para ter água fria para beber? Nem pensar.
Usávamos fôrma e filtro de barro. Para cozinhar, o fogão que existia era o de
lenha e as panelas eram de barro.
Já a roupa que eu usava era feita de um pano fraco
conhecido como xita e a chinela era de couro.
De uma coisa que sinto falta é da alimentação. Hoje,
nosso alimento é contaminado com muito veneno, o que tem levado muitas pessoas
a adoecer e morrer. Na minha época, ou seja, alguns anos atrás, só comíamos
peixe com cuscuz e farinha; carne, uma vez por ano. É por isso que as pessoas
de antigamente viviam mais e adoeciam menos.
Para frequentar a escola era uma dificuldade porque os
filhos tinham que ajudar os pais na roça, além da distância que tínhamos que
andar para chegarmos nela. Hoje em dia tem transporte para pegar os alunos
praticamente na porta de casa, material escolar, merenda e muitos não dão
valor. Há se isso tivesse sido no meu tempo!
Um evento que eu gostava muito e tenho saudades até hoje
eram as comemorações da festa de Reis e da procissão de São João Batista que
era feita de barco. Bons tempos aqueles!
Hoje tudo é diferente. Nada me faz lembrar do que vivi no
meu passado”.
Ao reler o que escrevi, fico pensando onde ficou o que
meu pai Célio me relatou. Imagino como foi bom viver naquele tempo e como as
pessoas eram mais felizes por levarem uma vida simples, mas com paz e união.
Prof: Michelle
Kalinne Lacerda Araújo.
8º ano B- Tarde
A
luta, a decepção e a solução
Autora:
Erica Santos da Silva
Uma grande trabalhadora de 40 anos, Raquel Gil, morreu
dentro de uma ambulância por falta de um balão de oxigênio. Antes de morrer ela
lutava pela vida. Já havia feito uma cirurgia por causa de uma gastrite e ainda
por cima ficou cega. Apesar disso, Raquel nunca deixou de lutar pelos objetivos
que tinha na vida, transformando-a numa vencedora.
Raquel era uma mulher que possuía alguns talentos e entre
esses, tinha o dom de costurar. Sabia fazer todo tipo de roupa. Ela não era
como algumas pessoas, ou seja, não tinha preconceito com o seu próximo; sabia
respeitar cada pessoa, apesar das diferenças que cada uma possuía. Foi essa sua
maneira de ser que fez dela uma pessoa
amada e adorada por todos que estavam a sua volta.
Esse triste acontecimento sobre a vida de Raquel
aconteceu no lugar onde vivo, no Município de Conde, em Jacumã. Jacumã é um
lugar que tem muitas qualidades, além de ser uma das praias mais bonitas do
Litoral Sul. Também é um lugar bastante visitado por turistas que admiram as
belezas naturais existentes nela. Apesar de tanta exuberância, Jacumã também
apresenta, assim como em todo lugar, pontos negativos que nos fazem refletir. O
caso citado acima mostra que entre os pontos negativos existentes, encontramos
o problema de equipamentos adequados para atender um socorro médico. Não é
novidade observarmos em noticiários da televisão casos de pessoas que morrem
por falta de equipamentos necessários para salvar suas vidas. Infelizmente,
Jacumã encontra-se nessa situação lamentável. E isso nos deve fazer refletir:
até quando veremos coisas desse tipo, ou seja, como Raquel, ver outras pessoas
morrerem por falta de equipamentos médicos?
Para diminuir essa problemática seria necessário não só
equipamentos médicos considerados essenciais para a manutenção da vida, mas
seria importante a construção de um hospital que pudesse atender de maneira
digna as pessoas que precisassem dele, diminuindo assim a quantidade de
pacientes transportados para outros hospitais. O exemplo de Raquel – sua luta
pela vida – nos deve fazer refletir em como vale a pena investir na saúde de
nosso município para que outras pessoas tenham suas vidas preservadas a fim de
não terem o mesmo destino que ela teve.
Prof: Michelle Kalinne Lacerda Araújo
9º ano A- Tarde
UM
POVO GUERREIRO VENCEDOR
Autora:
Janycleide
da Silva Pereira
Há 26 anos atrás, no ano de 1986,um
grupo de trabalhadores rurais vindo de vários cantos do Município de Conde,
inclusive de Andreza, vieram para Tambaba, onde antigamente era chamado de Fazenda
Esmeralda,com a intenção de ocupá-lo.
Ao chegarem neste local, cerca de 60
famílias desabrigadas tentaram fazer desse lugar sua moradia. Mas, observaram
que ali não existia casas; apenas uma imensa mata fechada. Esses trabalhadores
eram muito humildes e, sem ter para onde ir, organizaram e fizeram suas casas
com lona. Mais algo inesperado acontece. Uma pessoa muito influente fez uma
crueldade com esses pobres trabalhadores.Enquanto eles dormiam, policiais a
mando deste atiraram fogo nas casas de lona dessas pessoas, não dando nem tempo
para eles salvarem seus pertences. Ao fazerem isso, deixaram aqueles pobres
trabalhadores desabrigados. Os policiais os pegaram e os deixaram no meio da estrada. Por
felicidade, neste mundo ainda existem pessoas boas. Uma equipe conhecida como
CPT junto com moradores de Gurugi que na época eram um quilombo, pegaram
aqueles trabalhadores e os levaram para um mosteiro (convento). Alguns dias
depois, os trabalhadores persistiram e voltaram para o local, mas como sempre eram
despejados; isso ocorreu por seis vezes.
Graças a luta e persistência desses
trabalhadores, seus sonhos de conseguirem as terras foi realizado. Em vista de
tanto sofrimento, muitas famílias desistiram, restando apenas dezoito poceiros
e vinte agregados. Com sonhos realizados, hoje o assentamento Tambaba, o lugar
onde vivo, tem escola, casa de farinha, campo de futebol, duas igrejas a
cada família tem sua casa. Olhando para
o passado, pode-se dizer que esses trabalhadores são guerreiros e fortes, pois batalharam
com unhas e dentes para conseguirem o que queriam e provaram que sonhos podem
ser realizados.
Prof: Michelle Kalinne Lacerda Araújo
9º ano A- Tarde