sexta-feira, 31 de agosto de 2012

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 LEMBRANÇAS JAMAIS ESQUECIDAS

              Autor: Célio Ferreira de Oliveira Filho.
 
Texto escrito com base no depoimento do Sr. Célio Ferreira de Oliveira, de 45 anos.


            Não foi difícil achar agradável à conversa do meu pai Célio Ferreira. Sincero, amoroso, espontâneo, foi falando de sua vida sem rodeios, relembrando um pouco de seu passado com saudades. Depois de  algumas perguntas, precisei apenas ouvir suas antigas memórias.
            À medida que ele contava, eu ficava imaginando seu passado me transportando para dentro de sua vida anterior.
            “ O começo de tudo foi em Jacumã, onde nasci. Recordo muita coisa, pois além de meus pais me contarem, ainda lembro das coisas que eu vivi.
            A comunidade Jacumã se formou por meio de quatro famílias que são a de João Marinheiro, seu Coelhinho, Zé Miguel e a de João de  Mãezinha, que se juntaram para formar a comunidade.
            As casas de Jacumã não eram essas mansões que são hoje. Sabe como eram? Eram feitas de barro. O telhado e a porta eram de palha. A porta não tinha fechadura; ela era fechada com um pedaço de madeira. Mas, me lembro que ainda  haviam algumas casas da alvenaria que eram a dos administradores Almir Corrêa, que administrava o Centro de Jacumã; a de doutor Nelson, que administrava da Praia do Amor até Barra de Gramame; já Laércio cuidava da Praia de Tabatinga até Praia Bela. As casas dos moradores de Jacumã ficavam situadas na beira mar.
            Uma das coisas que eu mais gostava de fazer com meus amigos era brincar. As nossas brincadeiras e brinquedos não eram como são hoje. Brincávamos de manja, jogar bola e garrafão. Também era divertido tomar banho de rio e procurar coco para ajudar na alimentação, além de pescar com o meu pai.
            Hoje, nós vemos a modernidade de eletrônicos e eletroeletrônicos. Em quase todas as casas podemos ver que tem geladeira, som, televisão de 29 polegadas, energia elétrica  e muito mais.
            Na minha infância não tinha TV, a luz era de candeeiro e o banho era de cacimba. Geladeira para ter água fria para beber? Nem pensar. Usávamos fôrma e filtro de barro. Para cozinhar, o fogão que existia era o de lenha e as panelas eram de barro.
            Já a roupa que eu usava era feita de um pano fraco conhecido como xita e a chinela era de couro.
            De uma coisa que sinto falta é da alimentação. Hoje, nosso alimento é contaminado com muito veneno, o que tem levado muitas pessoas a adoecer e morrer. Na minha época, ou seja, alguns anos atrás, só comíamos peixe com cuscuz e farinha; carne, uma vez por ano. É por isso que as pessoas de antigamente viviam mais e adoeciam menos.
            Para frequentar a escola era uma dificuldade porque os filhos tinham que ajudar os pais na roça, além da distância que tínhamos que andar para chegarmos nela. Hoje em dia tem transporte para pegar os alunos praticamente na porta de casa, material escolar, merenda e muitos não dão valor. Há se isso tivesse sido no meu tempo!
            Um evento que eu gostava muito e tenho saudades até hoje eram as comemorações da festa  de  Reis e da procissão de São João Batista que era feita de barco. Bons tempos aqueles!
            Hoje tudo é diferente. Nada me faz lembrar do que vivi no meu passado”.
            Ao reler o que escrevi, fico pensando onde ficou o que meu pai Célio me relatou. Imagino como foi bom viver naquele tempo e como as pessoas eram mais felizes por levarem uma vida simples, mas com paz e união.  

Prof: Michelle Kalinne Lacerda Araújo.                  
8º ano B- Tarde
 
A luta, a decepção e a solução
Autora: Erica Santos da Silva

            Uma grande trabalhadora de 40 anos, Raquel Gil, morreu dentro de uma ambulância por falta de um balão de oxigênio. Antes de morrer ela lutava pela vida. Já havia feito uma cirurgia por causa de uma gastrite e ainda por cima ficou cega. Apesar disso, Raquel nunca deixou de lutar pelos objetivos que tinha na vida, transformando-a numa vencedora.
            Raquel era uma mulher que possuía alguns talentos e entre esses, tinha o dom de costurar. Sabia fazer todo tipo de roupa. Ela não era como algumas pessoas, ou seja, não tinha preconceito com o seu próximo; sabia respeitar cada pessoa, apesar das diferenças que cada uma possuía. Foi essa sua maneira de  ser que fez dela uma pessoa amada e adorada por todos que estavam a sua volta.
            Esse triste acontecimento sobre a vida de Raquel aconteceu no lugar onde vivo, no Município de Conde, em Jacumã. Jacumã é um lugar que tem muitas qualidades, além de ser uma das praias mais bonitas do Litoral Sul. Também é um lugar bastante visitado por turistas que admiram as belezas naturais existentes nela. Apesar de tanta exuberância, Jacumã também apresenta, assim como em todo lugar, pontos negativos que nos fazem refletir. O caso citado acima mostra que entre os pontos negativos existentes, encontramos o problema de equipamentos adequados para atender um socorro médico. Não é novidade observarmos em noticiários da televisão casos de pessoas que morrem por falta de equipamentos necessários para salvar suas vidas. Infelizmente, Jacumã encontra-se nessa situação lamentável. E isso nos deve fazer refletir: até quando veremos coisas desse tipo, ou seja, como Raquel, ver outras pessoas morrerem por falta de equipamentos médicos?
            Para diminuir essa problemática seria necessário não só equipamentos médicos considerados essenciais para a manutenção da vida, mas seria importante a construção de um hospital que pudesse atender de maneira digna as pessoas que precisassem dele, diminuindo assim a quantidade de pacientes transportados para outros hospitais. O exemplo de Raquel – sua luta pela vida – nos deve fazer refletir em como vale a pena investir na saúde de nosso município para que outras pessoas tenham suas vidas preservadas a fim de não terem o mesmo destino que ela teve.
Prof: Michelle Kalinne Lacerda Araújo
9º ano A- Tarde



UM POVO GUERREIRO VENCEDOR
Autora: Janycleide da Silva Pereira 
            Há 26 anos atrás, no ano de 1986,um grupo de trabalhadores rurais vindo de vários cantos do Município de Conde, inclusive de Andreza, vieram para Tambaba, onde antigamente era chamado de Fazenda Esmeralda,com a intenção de ocupá-lo.
            Ao chegarem neste local, cerca de 60 famílias desabrigadas tentaram fazer desse lugar sua moradia. Mas, observaram que ali não existia casas; apenas uma imensa mata fechada. Esses trabalhadores eram muito humildes e, sem ter para onde ir, organizaram e fizeram suas casas com lona. Mais algo inesperado acontece. Uma pessoa muito influente fez uma crueldade com esses pobres trabalhadores.Enquanto eles dormiam, policiais a mando deste atiraram fogo nas casas de lona dessas pessoas, não dando nem tempo para eles salvarem seus pertences. Ao fazerem isso, deixaram aqueles pobres trabalhadores desabrigados. Os policiais os pegaram e  os deixaram no meio da estrada. Por felicidade, neste mundo ainda existem pessoas boas. Uma equipe conhecida como CPT junto com moradores de Gurugi que na época eram um quilombo, pegaram aqueles trabalhadores e os levaram para um mosteiro (convento). Alguns dias depois, os trabalhadores persistiram e voltaram para o local, mas como sempre eram despejados; isso ocorreu por seis vezes.
            Graças a luta e persistência desses trabalhadores, seus sonhos de conseguirem as terras foi realizado. Em vista de tanto sofrimento, muitas famílias desistiram, restando apenas dezoito poceiros e vinte agregados. Com sonhos realizados, hoje o assentamento Tambaba, o lugar onde vivo, tem escola, casa de farinha, campo de futebol, duas igrejas a cada  família tem sua casa. Olhando para o passado, pode-se dizer que esses trabalhadores são guerreiros e fortes, pois batalharam com unhas e dentes para conseguirem o que queriam e provaram que sonhos podem ser realizados.   

Prof: Michelle Kalinne Lacerda Araújo

9º ano A- Tarde


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